OS QUE VÊEM PARA ALÉM DO QUE OS OLHOS VÊEM, UM DIA VERÃO A DEUS!
Nasci no Arquipélago da Madeira e desde cedo os meus pais vieram para o Continente. A minha esposa, oriunda de Angola, mais tarde viveu na antiga Rodésia, actual Zimbabwe, onde se converteu através do ministério da Missionária Wilma Ruth Nix e do seu querido pai, o Pastor Nix. Contudo, devido á situação política do país, pouco depois veio para Portugal. Pela graça do Senhor, fui baptizado nas águas, em nome de Jesus Cristo e cheio do Espírito Santo sob o ministério do nosso amado Missionário e Pastor Joseph Domingues e família, pioneiros no evangelho de Portugal. Nunca olvidaremos a nossa doce Irmã Andrade, uma verdadeira serva do Senhor que muito labutou na seara desta nação, e sempre recordaremos com profunda saudade o Irmão Mc Farland e esposa, que ainda tivemos o privilégio de abraçar, pela última vez, antes de partir para o Senhor. O Irmão Domingues e ele realizaram ambos a cerimónia do nosso casamento, e assim, fomos abençoados com dois filhos, o Oscar, nascido em Bulawayo, e a Denise, pura lisboeta.
Sendo as nossas raízes de tão diversos locais temos sentido um grande amor e peso por todas as gentes e raças, muito em particular de Língua Portuguesa. Desde 1987 pastoreámos a congressão de Linda-a-Velha e abrimos igualmente vários outros locais de pregação, incluindo Setúbal, Sobral de Monte Agraço, Rinchoa, Terceira, nos Açores, etc. Não obstante, desde 2003 abraçamos um novo ministério; dar apoio e assistência á zona da grande Lisboa e a vários pontos da do país, onde não existiam igrejas estabelecidas.
A ultima alma baptizada foi em Coimbra. Uma senhora que foi submetida a uma cirurgia para remoção dum tumor cerebral. Consequentemente, passou a andar com um andarilho e o seu lado direito ficou sem qualquer mobilidade. Foi com uma enorme dificuldade que a baptizei na sua banheira. O braço direito tão rígido estava que se encontrava preso á cintura como se fosso uma barra de ferro, completamente inflexível. Mas para a glória do Senhor, desde então temos visto grandes progressos. Logo que saiu das águas começou a andar com mais ligeireza. O andarilho foi posto de lado e, actualmente, usa apenas uma cana. Consegue também esticar o braço direito que adquiriu a mesma cor do esquerdo, a qual havia perdido. Apesar de não ter ainda força nele, se for ajudada já o leva acima da cabeça, o que esteve impossibilitada de fazer durante vários anos anteriores. Já desce as escadas do prédio sozinha e todos os dias glorifica o Senhor pelo quanto tem feito nela.
Esta alma preciosa, Maria Luísa, lê diariamente a palavra do Senhor, e apesar de depender de outrem para a pentearem, deixou de cortar o cabelo e com grande alegria diz-nos que já está muito mais comprido. É maravilhoso ver o quanto Deus tem feito nesta vida que está ansiosa pela dádiva do Espírito Santo, e por isso, pedimos que orem connosco para que a receba em breve. Uma vez que é bastante distante daqui não a podemos visitar com a frequência que gostaríamos. Embora lhe concedamos apoio quase diário, telefonicamente.
Temos muitas outras pessoas nas nossas mãos e pedimos orações também por elas, pois são-nos igualmente especiais, embora, muitas vezes, sintamo-nos limitados pelos meios. No entanto, conhecemos o Deus do impossível, que tudo sabe; aquele que vê para além do que os olhos vêem, e sinto que Ele requer precisamente o mesmo de nós.
Recordo-me de uma altura em que Jesus enunciou: “Eu sou a luz do mundo; quem me seguir não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12). No entanto, os seus perseguidores, olhando para o seu corpo humano, avistaram-no apenas como um homem e não tendo os olhos espirituais abertos, não contemplaram aquele invólucro terrestre como sendo o tabernáculo de Deus com os homens e, por isso, não vislumbravam nele o Seu Espírito, que é Santo, que é o próprio Pai. Por isso, Jesus respondeu-lhes: “Vós julgais segundo a carne.....” pois não haviam compreendido que Jesus era o mesmo Eu Sou que falara a Moisés na sarça ardente, pois Ele é, de facto, “o mesmo ontem, e hoje e eternamente.” Heb. 13:8.
Julgando segundo a carne, nunca avistaríamos o que está por detrás... a verdade no íntimo. Nunca distinguiríamos o coração, as dores e as necessidades; o clamor da humanidade nem tão pouco da divindade. Olhemos pois para Jesus, autor e consumador da nossa fé e sigamos o seu exemplo, porque os que vêem para além do que os olhos vêem um dia verão “.....aquele que resplandeceu em nossos corações, para iluminação da glória de Deus, na face de Jesus Cristo!” ( II Cor. 4:6).
Pastor D, Eduardo Martins
