Monday, February 9, 2009

Luz, dádivas e dons

Passaram-se as festas e o Ano Novo graciosamente ressurgiu. Celebrámos o Natal, tempo de luz e dádivas.

Indubitavelmente, “Deus é luz e não há nele trevas nenhumas.” (I João 1:5). Ora essa mesma luz, o Senhor da glória, um dia fez-se carne e habitou entre nós: “Ali estava a luz verdadeira que alumia a todo o homem que vem ao mundo.” (I João 1:9). Esse mesmo verbo criador, o Senhor Jesus Cristo, afirmou em João 12:48: “Eu sou a luz que veio ao mundo.” No entanto, João, o apóstolo, declara: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.” Em I Cor. 2:7-8, Paulo relata ainda que os príncipes deste mundo não conheceram a sabedoria revelada para nossa glória, porque se a conhecessem, “nunca crucificariam ao Senhor da glória.”
A Bíblia Sagrada, consecutivamente, nos revela o motivo da sua vinda ao mundo. Através de Zacarias, em Lucas 1:68 e 77-79, profetiza: “Porque o Senhor nos visitou e remiu a seu povo. Para dar o conhecimento na remissão dos nossos pecados. Pelas entranhas de misericórdia do nosso Deus, com que do alto do Oriente nos visitou (o Oriente situa-se no lado direito, que significa poder, querendo dizer que o poder do alto nos visitou) para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra da morte, a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.” Simeão acrescenta, em Lucas 2:32: “Para alumiar as nações e para glória do seu povo Israel.” Os apóstolos em Actos 15:14 declararam: “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios para tomar deles um povo para o seu nome.”

Cada um destes versículos acrescenta um ponto, contudo, todos convergem no facto de Deus ter visitado o mundo, tanto israelita quanto gentio, para nos conceder a salvação, através da remissão dos pecados, em seu nome.

Aquele Deus todo-poderoso do Antigo Testamento, o grande Eu Sou, que outrora aparecera a Moisés numa sarça ardente, guiara o seu povo, surgindo, de dia, em forma de nuvem, á noite, em forma duma coluna de fogo e em tempo de sede, como uma rocha inabalável, jorrando água viva e refrescante. Este Deus forte, o pai da eternidade, de quem os israelitas nunca haviam visto o rosto, naquele deserto providenciara dádivas e dons a um povo peregrino, para que edificassem um templo de adoração e oração, naquele areal imenso.

Mas vindo a plenitude dos tempos, este Deus maravilhoso, quis dos dois povos fazer um (a igreja do Antigo testamento e a igreja do Novo Testamento, israelitas e gentios): Porquanto, despira-se da glória, ao vestir-se de humanidade. O imaculado justo juiz, o Leão de Judá, por muito nos amar, vestiu a pele de Cordeiro a fim de nos remir.

O mistério que sempre estivera oculto a todos os homens, revelara-se então: o seu rosto santo. Paulo, em II Cor. 4:4, enuncia;” O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos para que lhes não resplandeça, a luz do evangelho de Cristo, que é a imagem de Deus.” E no versículo 6 adianta: “Porque Deus que disse que das trevas resplandecesse a luz é quem resplandeceu em nossos corações para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.”
Ora, Deus sendo luz, isto é, sendo santo, ordenou que sejamos santos, porque sem a santidade jamais veremos a Deus. A santidade concerne o nosso interior, o nosso exterior, enfim, encerra todo o nosso ser. Por isso, Paulo, falando aos Fil. 2:14, explica: “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo.” Novamente, em Efé. 5:8, refere: “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz.” Ainda falando em I Tes. 5:4-5 anuncia: ”Mas vós, irmãos, já não estais em trevas para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.”

É imperativo que sejamos filhos da luz, porque a única luz que o mundo verá será a nossa santidade, a qual recebemos do Senhor. Para nos tornarmos santos, ou seja, salvos, principiamos com dois passos: nascendo da água e nascendo do Espírito, conforme Jesus nos instrui em João 3:3. Dessa forma passamos a ser a igreja do Senhor, a sua noiva imaculada, o que significa que recebemos o seu nome no baptismo das águas, assim como uma porção do seu santo Espírito, o que está em conformidade com Actos 4:12, actos 2:38-39.

Invariavelmente, Jesus, na sua infinita misericórdia, apelou, quer a multidões, quer individualmente: “Quem tiver sede, venha a mim e beba.” Quem não beber do Espírito de Jesus Cristo “esse tal não é dele“ (Romanos 8:9). Esta é a dádiva mais preciosa que, alguma vez, podemos receber. Através dessa dádiva maravilhosa o Senhor concede á igreja todos os dons, pois ao recebê-lo, o Senhor nos dispensa todos os dons que nos oferecem luz. Entre eles, o dom da sabedoria, da ciência, de profecia, de cura, da operação de milagres, de discernimento dos espíritos, de variedade de línguas e sobretudo o do amor.

Existe um ditado português que diz: “ Ninguém pode dar aquilo que não tem.” Jesus concede-nos o Espírito Santo, porque este é o seu próprio Espírito, a água cristalina que sacia a nossa sede. Por isso ele O pôde soprar sobre os apóstolos antes da sua ascensão e pôde, igualmente, afirmar: “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós.” Na verdade, voltou para nós ao encher-nos do seu precioso Espírito.

Este Deus resplandecente, que tanto Paulo e João viram brilhando muito mais do que o sol, é quem nos concede a luz através da boa dádiva do seu Espírito e dons perfeitos que dele recebemos. Tiago 1:17 declara: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do pai das luzes, em quem não há sombra de variação.”

Quem será este imutável pai das luzes? No livro escrito aos Hebreus 13:8 lemos: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” e de facto, Efé. 4:8 confirma: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.” A Ele seja dada toda a honra e glória eternamente!